Ao anunciar desfiliação do PSB, o governador João Azevedo saiu do casulo a disse tudo o que queria dizer em reação às declarações contundentes proferidas pelo ex-governador Ricardo Coutinho no início da semana passada. Feito isto, decidiu voltar ao estado original.
Como estratégia, da sinais que adotará a estratégia do silêncio, na tentativa de evitar um interminável bate boca com o ex-aliado. Sabe que Ricardo, apesar de ter passado 13 anos com sucessivos mandatos no Executivo, foi forjado na oposição, e neste campo parece não ter perdido a habilidade.
Ao que parece, João vai procurar ajustar o Governo ao seu modo para que a gestão possa dar respostas. Vai procurar legar o debate para o campo onde se sente um pouco mais à vontade que o do trabalho.
Acerta neste ponto. Se entrar na disputa política contra Ricardo não terá mais tempo na vida para fazer mais nada do que estar a dar declarações, discursos, respostas.
Não é uma tarefa fácil nem para estátuas de gesso, especialmente para gente de carne e osso. Até porque o ex-governador já deu mostras que fará o debate no campo administrativo, especialmente
Seja reivindicando para si o mérito das ações atuais, seja criticando o nível dos resultados da atual gestão. Uma espécie de xeque-mate. Ou seja, se João fizer gol, Ricardo grita “fui eu”. Se não fizer, Ricardo cobrará “cadê o gol”.
Além da guerra verbal, o desafio de João é procurar superar essa sinuca.
Abandonar obras seria desastroso e, certamente, daria até mais mote para o ex-governador.
Mesmo sendo provocado constantemente, o correto é concluí-las porque, além de ser institucionalmente o mais correto, ainda pode permitir que João se arvore do benefício da falta de memória das pessoas, que costumam parabenizar quem encerra a obra, entrega e coloca para funcionar. Desde, claro, que não seja como Michel Temer “fez” com a Transposição das Águas do São Francisco.
Simultaneamente, é será preciso que o atual Governo dê celeridade aos projetos iniciados de janeiro para cá, o que inclui muito das promessas feitas na campanha. Intensificar os novos programas, com o Bom de Bola (construção de ginásios de esportes), acelerar os projetos das novas obras, a exemplo do Centro de Convenções de Campina Grande e os Centros de Monitoramento e Controle da Secretaria de Segurança Pública.
O que também não parece tão fácil pois o recurso é só um para tocar os “dois governos”.