Muita gente voltou à vida normal que a Pandemia do Corona Vírus bagunçou.
Mas existe muita gente que ainda está parado em março, quando, no Brasil,
tudo começou a se fechar como quem se prepara para enfrentar um furacão.
O setor dos eventos é um deles. Também conhecido com “o primeiro a parar,
e o último a voltar”.
O desafio e a luta pela qual o setor está passando são muito profundos.
E eles até aguentariam calados, reivindicando apenas auxílios, doações
e ações governamentais, caso percebessem que a aglomeração de pessoas
fosse algo realmente proibido. Mas não é!
É aí onde o sofrimento da lugar à revolta. Ver uma multidão aglomerada
em shoppings, praias, bares e, o pior de tudo, em grandiosos eventos
políticos, e não poder abrir um teatro com capacidade limitada,
realizar um show com controle de quantidade e obrigatoriedade de uso
de máscaras, deixar qualquer um produtor cultural, artista ou traba-
lhador da área completamente indignado.
Ora, queria muito poder dizer a todos eles “lamento, mas não podemos
ajudá-lo, não temos como ouvir o pleito de vocês porque o momento
agora é de isolamento social e evitar aglomeração”. Mas esse discurso
não sustenta um passeio na praia, uma visita a um bar, nem uma conven-
ção partidária.
Estão todos lá, aglomerados. E pior, como não há controle, sem máscaras.
O que dizer a quem vive do setor de eventos, então?
“Como vocês são certinhos demais, esperem a vez de vocês!”.
Vez esta que só chegará quando a vacina chegar um dia.
É isso?
Impossível.
Insustentável.
Ou se dá o mínimo de autorização parao retorno gradual do setor ou
se proíbe tudo aquilo que está sendo levianamente permitido hoje.
O que não se pode sustentar é um discurso contraditório e que
apresenta dois pesos e duas medidas.
Não da para “mascarar” o tema.
Se os artistas, os produtores culturais e os promotores de eventos
querem fazer barulho com isso, podem contar comigo.
Eu estarei com eles. De máscara, claro.