Quando o jogo é decisivo ou a disputa é acirrada as torcidas ficam em lugares separados no estádio. Combinado ou não, foi o que acabou acontecendo na festa de aniversário do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, neste sábado, em Campina Grande. Tinha gente -e carro – que dava para dois eventos.
Mas Galdino, que chegou aos seus 65 anos mostrando força e prestígio político, resolveu fazer só um e nele colocar, entre amigos e parentes, oposição e governo no mesmo espaço. As coisas se ajeitaram “naturalmente”.
No início da tarde, foi a oposição que tomou conta do aniversariante. Galdino recebeu em sua casa o ex-senador Cássio Cunha Lima, o senador Veneziano Vital do Rego e o prefeito Cícero Lucena, além de Romero Rodrigues e outros, todas lideranças adversárias ao governo atual. Foi com eles, inclusive, que o presidente da Assembleia subiu ao palco para agradecer pelas homenagens que recebeu e deixando claro que não iria falar de política, em que pese o cenário falar por si só.
Num outro ponto da cidade, num restaurante, o governador em exercício, Lucas Ribeiro, e o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, montavam uma concentração da base governista. E só chegaram à festa, ao lado de deputados estaduais governistas e secretários de Estado quando as lideranças da oposição já tinham saído do local da celebração. Aí, foi a vez do governo “fazer a festa com Galdino”.
Ele, então, dividu o bolo em dois pedaços, dando um para a oposição e outro para a situação, sem que nennhum dos lados pudesse reclamar. E Galdino acabou demonstrando que é uma liderança cobiçada pelos dois lados, visto que os dois grupos se empenharam em cortejá-lo, podendo escolher qual posicionamento lhe parece mais adequado a sua estratégia política.
Como não quis falar em política, já que nem mesmo da sua candidatura ao governo falou, não definiu time, deixando apenas para que os espectadores lessem sinais externos. “Sem manchetes hoje”, disse sorrindo, ao deixar o palco. Cabendo, portanto, a cada lado fazer sua leitura. Para a oposição, vale quem esteve com Galdino em sua casa. Para os governistas, os últimos serão os primeiros.
De uma forma ou de outra, quem esperava um Campestre II teve que se contentar com um jogo sem confronto no qual cada lado se apresentou sozinho na tentativa de conquistar o aniversariante.
Quem ficará com o primeiro pedaço do bolo ?