Cabo Gilberto, Walber Virgulino e Nilvan Ferreira, estrelas da direita em João Pessoa, apareceram juntos em vídeo revelando unidade e planejamento para disputar a prefeitura da Capital nas eleições do próximo ano.
Ao apontarem que escolherão entre eles mesmos o nome do candidato do grupo ao prefeito de João Pessoa, o trio revela uma coisa e esconde outra. Primeiro, atestam, mesmo sem querer, que o ex-ministro Marcelo Queiroga já ganhou a parada dentro do PL para ser o escolhido para representar o partido do ex-presidente Bolsonaro na disputa municipal. E, sendo assim, precisam se movimentar por fora.
Ao dizerem, entretanto, que um dos três será candidato estão escondendo que terão que deixar a legenda para realizarem o intento. Algo que só é fácil para Nilvan Ferreira, que pode fazê-lo a qualquer momento visto que não tem mandato e sem tê-lo não pode, naturalmente, perdê-lo, diferentemente de Cabo e de Walber, que precisam esperar uma janela para desfiliação sem consequências. Neste sentido, o trio já sabe que vai de Nilvan Ferreira e não quer dizer.
Independentemente de qual método adotarão, no entanto, o fato é que a divisão da direita em João Pessoa impõe o risco de deixar seus pretensos candidatos fora da disputa do segundo turno. Ou, pior, mesmo chegando ao segundo turno, não conseguir juntar os cacos da disputa interna e, como aconteceu com Nilvan em 2020, sobrar na curva. O que só beneficia os candidatos à reeleição, como o prefeito Cícero Lucena (Progressista), e do centro, como Ruy Carneiro (Podemos)
É lógico, e o mais apaixonado conservador bolsonarista vai admitir, que se estivessem todos juntos, sem exceção, Cabo Gilberto, Walber Virgulino, Nilvan Ferreira, Marcelo Queiroga, Jair Bolsonaro, Pastor Sérgio Queiroz, entre outros, o grupo chegaria na disputa já com cara de segundo turno, levando em conta os resultados obtidos entre o eleitorado de Bolsonaro na Capital.
Mas a divisão faz da direita da Paraíba menor que a metade a que teria direito de pleitear.