Decretos restringem avanço da relação entre Cícero e João e podem estimular o vírus da discórdia

Todo mundo sabe que política, futebol e religião não se discutem porque, quase sempre, acaba em confusão. O governador João Azevedo e o prefeito Cícero Lucena acrescentaram outro tema ao trio: decretos contra o Coronavírus.

A surpresa da prefeitura de João Pessoa trazer horas depois um decreto municipal divergindo de alguns pontos cruciais do decreto estadual só não foi maior do que a surpresa de ver o Estado indo à Justiça contra a decisão de Cícero. E, na sequência, a prefeitura anunciando que vai recorrer da decisão judicial que favoreceu em parte o Estado. Uma pendenga mais afeita entre o Governo e a prefeitura de Campina Grande, por exemplo.

Para além dos recursos jurídicos, o cerne dessa DR entre os dois aliados reside na reação que a posição de cada um gera do ponto de vista da opinião pública. Os decretos restritivos sempre geram uma reação negativa mais aparente dos setores que se sentem prejudicados com a suspensão das atividades.

Para estes casos, e neste caso, o fardo e o ônus dessas decisão estão recaindo exclusivamente nas costas do governador João Azevedo. Para Cícero, que também em seu decreto está mandando fechar tudo no final de semana, está ficando a imagem do prefeito que é a favor dos diversos segmentos econômicos em questão.

Cícero ganhava mesmo quando apenas repetia o decreto do Estado, visto que a primeira pancada é a que fica. Divergindo, então, é que se descola mesmo.

O setor de bares e restaurantes, por exemplo, não está nada satisfeito com o Governo que defendeu esse fechamento durante a semana até às 16h. O de academias de ginástica foram para frente da Granja protestar.

Ou seja, enquanto Cícero diz claramente que prefere evitar ao máximo brigas e confusões, vê seu aliado enfrentando a dor de ser o carrasco dos decretos.

A oposição, por exemplo, neste final de semana, já apresentou ataques que se dirigiam exclusivamente a João, deixando Cícero imune.

Dificilmente, essa seria uma situação possível de sustentar por muito tempo. O que colocaria em risco aquilo que mais une os dois, Cícero e João, que é a afinidade administrativa e consciência de que, politicamente, um ajuda o projeto de poder e manutenção de poder do outro.

Somente se não houver mais necessidade de edição de novos decretos, em razão do processo de imunização da população, é que se pode pensar em tema superado, permitindo que Cícero e João só conversem sobre aquilo que os une. E não sobre aquilo que os afasta.

E, assim, eles fariam o que manda as boas regras de convivência. E não discutiriam sobre futebol, religião nem decreto.

 

Leia Mais

Galdino faz festa de casamento pra majoritário algum botar defeito

Postagens de Romero relembrando ações em CG aumentam especulações sobre…

Vice de Bolsonaro em 2022, general Braga Netto faz evento…

Mersinho confirma indicação de Lauremília, mas descarta disputar PDT com…

O Padre Zé é maior que o Padre Egídio