No afã de conter a aglomeração, a prefeitura de João Pessoa acabou exagerando
na dosagem do remédio sem respeitar as contra indicações. Decretou fechamento
das feiras livres, que vendem, necessariamente, alimentos, produto que temos,
em tempos de pandemia, chamado de essencial, sem levar em conta o estrago
que fará na vida de centenas de famílias que sobrevivem da venda direta e
regular dos produtos expostos em suas barracas.
Ora, no caso das feiras livres havia sim outras alternativas que não fosse o fechamento puro e simples.
Cercar e controlar entradas e saídas. Assegurar uso de álcool em gel e obrigadoriedade
de máscaras. Adoção de um programa de aquisição de direta dos produtos vendidos.
Enfim, tudo ou qualquer coisa que não se resumisse à fácil e preguiçosa ordem “fecha tudo e pronto”.
Algo meio, permitam-me o exagero, genocida.
E, naturalmente, mais barato do que perder tempo e investir recursos em planejamento para assegurar a manutenção das vendas nas feiras livres, o que ajuda, inclusive, na guerra dos preços.
Em contrapartida, alguns supermercados, para não dizer a maioria, estão deitando e rolando, praticando preços absurdos,
especialmenteem gêneros vendidos nas feiras livres, como frutas e verduras, e permitindo uma aglomeração absurda de pessoas.
A medida deve ser repensada sim. Sem demérito para a gestão pública municipal.
A capacidade de cometer injustiças deve ter a mesma velocidade
em repara-las.