Carente de engajamento social e de mandatos que se destaquem, a Câmara Municipal de João Pessoa encontrou uma forma de se proteger. Estimula o desinteresse total da população sobre o que produz, ou deixa de produzir, e assim, quase que desaparecendo, fica livre para fazer nada em favor do povo. E tudo em favor de si mesmo.
A tática de avestruz, por exemplo, fez a Comissão da Constituição de Justiça ontem aprovar o aumento de mais dois vereadores, passando de 27 para 29 o número de integrantes daquela, e gerando, claro, mais custos para os impostos do cidadão.
A matéria vai para o plenário, mas parece que já é bem vista pela maioria, que alega a necessidade de ajustar a quantidade de número de vereadores ao número de habitantes.
E por que não seriam a favor? Somente se o Brasil estivesse em recessão econômica; se não houvesse um bloqueio dos gastos com áreas como educação, saúde; se não houvesse uma reforma previdenciária para conter déficits; e se a prefeitura de João Pessoa não estivesse reajustando salário de servidor.
Como tudo isso não está acontecendo. Como o Brasil vive o melhor momento econômico de sua história desde 1500, então, os vereadores de João Pessoa podem sim se dar o luxo de lutar por mais dois de si mesmos.
Nada de lutar por mais uma UPA, mais creches, mais pavimentação de ruas, praças, escolas. Isso da trabalho.
Na falta da qualidade, aposta-se na quantidade. Como quem vai enchendo de farinha um pirão onde está faltando carne, arroz e legumes.