Cabedelo vai ferver e não é só por causa do verão

Com a nova configuração da política de Cabedelo a partir da posse do presidente da Câmara Municipal, Edvaldo Neto, como prefeito interino, após confirmação de cassação e afastamento do prefeito André Coutinho, e consequente realização de novas eleições, a cidade portuária se prepara para mais uma acirrada batalha política fora de época.

As articulações para as novas eleições já estão a todo vapor. Um cenário que não esfriará mesmo com os recursos para reversão do processo que serão, certamente, encaminhados para o TSE.

A partir desta segunda, com a posse de Edvaldo, está aberta oficialmente a pré-campanha em Cabedelo. E com mais algumas dezenas de dias, com o anúncio do calendário das eleições suplementares por parte do TRE, a própria campanha.

Candidatos não faltam. O próprio presidente da Câmara, atualmente prefeito interino, é um deles. E agora com o apoio do ex-prefeito Vitor Hugo, o mesmo que serviu de mote para cassação de André.

Para o prefeito cassado, haverá a necessidade de, simultaneamente, preparar seus recursos em Brasília, mas com olho num plano B. Porque ficar paralisado vendo a banda passar enquanto só pensa em TSE pode dar ao seus (atuais) adversários políticos uma vantagem eleitoral na eleição suplementar. Neste sentido, ele tem algumas opções.

A atual vice-prefeita, Camila Holanda, que foi cassada junto com ele, mas se livrou da inelegibilidade, é uma delas. Bonita, carismática e com facilidade de conexão popular, Camila é uma peça fácil de encaixar no cenário eleitoral. Mas e no político? Só o apoio de Andre Coutinho afastado bastaria? Ou precisa fechar com qual grupo sua candidatura poderia estar montada: com o de Mersinho Lucena, seu ex-marido e responsável pela sua indicação, e do prefeito Cícero Lucena ? Ou os Lucena vão preferir seguir Vitor Hugo e reforçar a reeleição de Edvaldo. Fala-se até que o próprio Mersinho poderia mudar a rota e ser o candidato. Para, se eleito, ajudar na campanha do pai para governador.

De volta à pista, ou melhor, ao cais, está o atual superintendente do Porto de Cabedelo, Ricardo Barbosa, que a despeito de realizar um trabalho com bons resultados na gestão da companhia que administra o porto, alimenta a tese de ser candidato a prefeito da cidade, mesmo sendo hoje pré-candidato a deputado federal nas eleições de 2026.

Barbosa, inclusive, retornaria ao jogo com a possibilidade de ser o candidato da base governista, com apoio de João Azevedo, Lucas Ribeiro e até Hugo Motta. Algo que ele esperou em 2024, mas não obteve.

O cenário agora, no entanto, é diferente. Não há tantos favoritos assim, como havia quando Vitor Hugo, dono de indiscutível aprovação, resolveu bancar a eleição de Andre Coutinho, que também já desfrutava de popularidade própria. O que pode beneficiar Ricardo Barbosa nesta escolha do grupo governista.

Há ainda a opção de renovação da candidatura do deputado estadual bolsonarista, Walber Virgulino (PL). E um monte de pequenas forças e lideranças de Cabedelo que veem nesta eleição fora de época em Cabedelo a possibilidade de sair da pipoca e entrar no tão sonhado bloco do poder.

De uma forma ou de outra, o verão em Cabedelo promete ser o mais quente da história. E nós estaremos atentos para ver que irá se queimar primeiro.

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