Análise: Bolsonaro na Paulista é bom pra Direita e pra Lula

Bolsonaro na Paulista no dia 25 sinaliza para ser mais um daqueles dias históricos registrados até então desde que o ex-presidente surgiu na política do Brasil. Remete à memória ao Lula do dia 7 de abril de 2018 em São Bernardo dos Campos antes de ser preso. Um líder político diante de problemas com a Justiça recebendo a solidariedade de seus incontáveis fieis seguidores, imbuídos no sentido de revelar a injustiça que estão a cometer.

Desmobilizados desde que foram retirados das frentes dos quartéis pós 8 de janeiro, os eleitores bolsonaristas estão sedentos por mobilização de rua. E, certamente, vão tirar a camisa da seleção da brasileira da gaveta, bater o pó acumulado, e gritar tudo aquilo que ta sufocado no peito há meses, especialmente os que não foram implicados em inquérito algum referente à defesa das pautas do ex-presidente. O curioso é que Bolsonaro chama o povo para protestar contra o ataque ao Estado Democrático de Direito, exatamente aquilo sobre o que vem sendo acusado.

A manifestação, entretanto, sinaliza para ser grandiosa, com o propósito de mostrar o tamanho do ex-presidente e, quem sabe, inibir as instituições – leia-se o STF – a não avançar a mão sobre a liberdade de ir e vir de Bolsonaro. Afinal, pesquisas apontam 25% de eleitores bolsonaristas ainda convictos, e isso dá quase 50 milhões de pessoas neste país.

Primeiro de tudo, Lula vai adorar. Porque o ato, certamente, servirá para aumentar o fosso entre o ex-presidente e o Supremo Tribunal Federal, reduzindo suas chances de reconquistar qualquer capacidade de voltar a aptidão política por ora, realimentando o conflito que fez do governo Bolsonaro uma praça de guerra. E, por tabela, ainda reforçará, sem querer, os laços do atual presidente com a mais alta corte do Poder Judiciário brasileiro.

Mas, claro, que ela também será importante para Bolsonaro no sentido de mostrar que ele não está sozinho. E que pode, independentemente dos problemas que sofrer no próprio CPF, conduzir uma parcela considerável do eleitorado brasileiro em favor de outro candidato contra a esquerda em 2026.

Aliás, talvez esse seja o maior ganho da direita com a manifestação do próximo dia 25. Um ganho de caráter coletivo. Porque dificilmente, em se tratando exclusivamente de Bolsonaro, intimidará o STF que está próximo de colocar as mãos no ex-presidente sob a acusação de planejar golpe de Estado enquanto presidente da República, visto que a popularidade do ex-presidente, sempre evidente, nunca foi empecilho para decisão judicial alguma contra ele até agora.

No máximo, fará com que os ministros tomem mais cuidado na execução de suas decisões. Mas desistir delas, não.

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