A surpreendente decisão do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (Progressista) foi até agora a imprevisibilidade mais marcante da campanha deste ano. De dois postulantes à vaga de candidato ao Senado Federal, com a decisão de Aguinaldo de se candidatar à reeleição, o governador João Azevedo ficou só com o espaço. E sem nomes.
Diferentemente do deputado Efraim Filho (União Brasil), que deixou a base governista, Aguinaldo abdicou da vaga, mas resolveu avançar na aliança e, de tabela, abocanhou a vaga de vice-governador de João.
Uma vaga que não exige esforço do ocupante por fidelidade, visto que quem for votar no governador obrigatoriamente vai ter que votar no vice, e ainda cria a perspectiva do escolhido vir assumir o governo numa eventual vitória de João Azevedo.
Com o movimento, Aguinaldo ainda impôs um xeque mate ao Republicanos, o principal responsável pelo insucesso da chapa João Governador / Aguinaldo Senador. Além de fazer o partido de Hugo Motta perder a primazia para indicação da vice, a decisão de Aguinaldo ainda impõe uma doce “vingança”: os Republicanos, se quiserem ficar com João, vão ter que votar num Ribeiro de todo jeito. Ou num Lucena.
Caso deseje à vaga de Senador, o Republicanos terá que “trair” Efraim, algo que até agora não cogitaram por defenderem que “palavra dada não tem volta”. A outra opção é tentar levar Efraim de volta. Mesmo neste caso, fica fora da chapa. E ainda tem que saber se João aceita.
A terceira opção do Republicanos é romper com o governador. Há esta disposição?
De toda forma, Aguinaldo Ribeiro transferiu para João a responsabilidade de tomar decisões. E agora, sem pressão sobre si, aguardará todas elas como espectador, de camarote. É João que tem uma chapa para fechar. E o Progressista já está acomodado nela.