O ex-deputado federal Pedro Cunha Lima é um fenômeno. Já falamos sobre isso. Sem mandato, sem experiência de gestão, sem estrutura política, sem layout formal e até sem agenda política tradicional, ele se mantém vivo no debate eleitoral de 2026. E quando pega no microfone faz estrago. Porque tem convicção. Tem crenças pessoais. E isso para o político é o critério número um para fixar posicionamento.
Mantém-se, inclusive, resistente na tese de desistir de sua pré-candidatura ao governo, quando muitos já fizeram isso por ele, a exemplo do senador Efraim Filho (UP), que tomou a própria iniciativa em ser ele mesmo candidato ao governo, e o senador Veneziano Vital do Rego, que está filiando Cícero Lucena no MDB para disputar o Palácio da Redenção.
Hoje, ao reafirmar sua candidatura, ainda deu recado para os que consideram que ele está “morto” ou pronto para aderir sobre qualquer circunstância. Um desses recados, quando questionado, recaiu diretamente sobre o prefeito de João Pessoa. É que enquanto Pedro bate na atual gestão Cícero fala em melhor projeto para o Estado. “Isso nos distancia sim”, declarou Pedro, em entrevista à Arapuan FM, falando, naturalmente, o óbvio.
É como se Pedro estivesse desestimulado a desistir para aderir a quem não incorpora sua indignação. E isso faz com que ele se estimule a manter-se candidato. Tanto que perguntado quem melhor representa seu sentimento para 2026, tendo como opções expostas Efraim e Cícero, ele disse: “Somente eu mesmo que melhor me represento”.
Não se trata de narcisismo. Mas, como disse no início do texto, é coisa de convicção. E nesta convicção não cabe a estratégia retórica do prefeito. Que não terá Pedro como aliado – nem muito menos candidato a vice- se continuar vendo flores onde o ex-deputado só encontra espinhos.
