O menos desconfiado dos campinenses ficou com a testa franzida diante das
declarações do presidente nacional do PSD, ex-ministro Gilberto Kassab,
de que o candidato em Campina Grande será o ex-deputado Bruno Cunha Lima e ponto final.
Kassab diria isso sem combinar com o prefeito Romero Rodrigues?
Ou exagerou na dose quando foi instado a tratar do tema?
Ao dizer que o PSD terá Bruno como candidato, Kassab colocou uma introdução objetiva numa novela que se arrasta há
pelo menos dois anos em Campina. Quem, entre tantos nomes e correntes internas, é
o candidato de Romero à sucessão?
Diante da declaração exclusivista de Kassab, Romero teve que correr para colocar
ponto e vírgula na fala de seu dirigente nacional. Usou do “porém”, “todavia” e “contudo”,
que faltaram na fala do ex-ministro, para dizer que é preciso levar em conta os partidos aliados
, ouvir as demais lideranças, coisa e tal. Um afago em Cássio, Pedro e Tovar, todos do PSDB. Ou seja, pública e externamente, teve que desautorizar Kassab, mesmo que tenha usado de palavras e frases elegantes para fazê-lo.
Mas a dúvida se essa postura de Romero é uma declaração beligerante de autonomia ou uma
encenação de quem adorou no íntimo o que o presidente nacional do PSD disse permanece.
É isso que aguçou o desconfiometro de Tovar, Cássio, Pedro, Bruno, Manoel Ludgério…e por aí vai.
O fato é que Romero sabe que é refém hoje de um tabuleiro de xadrez que vai exigir uma jogada
de mestre para mexer as peças.
Se ele tiver vontade própria realmente, aí é que o desafio se tornará ainda maior.