A liberação para Ricardo jogar e a configuração do tabuleiro

Uma das coisas que um jogador mais tem medo na véspera de uma Copa do Mundo é o Departamento Médico. Um parecer apontando que o atleta escalado não está fisicamente apto para jogar frustra o jogador e torcedores.

Na política, a Justiça tem feito esse papel nos últimos anos. Ontem, com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, Ricardo recebeu, indiretamente, óbvio, mas o aval do “departamento” para entrar em campo. Sobre o processo da Calvário, responderá em liberdade, o que o coloca com completa condição jurídica para disputar a prefeitura de João Pessoa nas eleições deste ano.

Até as medidas cautelares impostas, sendo uma delas não se ausentar da Comarca em que reside sem autorização judicial, o impediria de percorrer todos os bairros da Capital.

Seus eleitores e simpatizantes parecem que sabem disso e segundos após a decisão no STJ, por quatro votos a um, já passaram a difundir mensagens e até slogans da volta de Ricardo ao jogo. Partidos como o PT, por exemplo, seguiram a mesma linha.

Até o mais ferrenho opositor do ex-governador sabe que, apesar de tudo, ele se apresenta como forte candidato para a disputa na Capital, cidade que já administrou com aprovação de mais de 80% e que obteve votações majoritárias nas últimas disputas para governador.

É o que sussurram para os aliados quando pegam uma pesquisa eleitoral sobre João Pessoa. Ricardo perdeu gordura, mas não suficientemente para deixar de ser considerado fortemente competitivo numa eventual eleição na Capital.

O entusiasmo da torcida ricardista, no entanto, contrasta com o silêncio do próprio sobre o tema. Há muito tempo que ele tem afastado essa tese e ressaltado a importância de alavancar a candidatura de outros líderes do PSB, de preferência a do deputado federal Gervásio Maia, atual presidente estadual da legenda.

Gervásio, por sua vez, e por enquanto, não mostrou muito entusiasmo em fazer da decisão do STJ um pré-lançamento da candidatura de Ricardo.

Espera cauteloso, e provavelmente com vontade própria, que o ex-governador mantenha a posição de outrora. Para a torcida, o ritmo é outro. Após a liberação do “departamento legal”, seria hora de Ricardo calçar as chuteiras e entrar em campo imediatamente.

 

 

 

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