A hora do otimismo e o Governo de Bolsonaro sem Bolsonaro

Economia é, em parte ou quase todo, o rosto do humor. Nas sociedades de consumo, é o ânimo do indivíduo e coletivo que desenha sorriso, apreensão ou lágrimas na cara da economia, ficando a parte racional do movimento para as regras impostas pelo poder público e pelo mercado. Como é bom ver empresários voltando, levemente, a esbanjar algum sorriso no rosto, fruto de algum retorno de crescimento. Retorno que se mede por números, mas também pela sensação.
O mês de outubro fechou com uma queda, apesar de mínima, no desemprego. Setores de construção voltaram anunciar e, especialmente, vender lançamentos. Automóveis, varejo, alimentação idem. Tudo tem apontado para a retomada.

Na construção civil, por exemplo, no pior momento da crise, chegamos a cair de 33 mil para 9 mil empregados na Grande João Pessoa. Esse número já está em 16 mil. Longe ainda do que atingiu no melhor momento, mas distante do osso. No mercado de veículos, outro termômetro, há sinais de crescimento também. Uma média de 1.600 carros por mês na Paraíba, mirando os 2.300 nos anos de boa economia.

Crédito voltando, endividamento das famílias reduzindo, e o Governo conseguindo avançar com as reformas que, sem entrar no mérito, servem como balizadores de estabilidade, estimulando os investimentos e, por consequência, o consumo.

O mais importante de tudo isso é que as derrapadas verbais e incontinências nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro já não servem tanto para espantar o mercado. Óbvio que um postura mais institucional e à altura do cargo ajudaria, mas o empresariado parece ter aprendido a conviver com isso. Melhor dizendo, a ignorar.

Preferem focar no Governo Bolsonaro sem pensar em Bolsonaro. Apostam firmeza, rigor e institucionalidade do ministro Paulo Guedes. E consideram que o presidente não interfere nessa área. Um alívio. A blindagem então da equipe econômica faz com que a crença esteja no governo e menos no presidente. Que pode continuar com sua narrativa ideológica. Desde que deixe o governo trabalhar.

Por uma ou outra coisa, o fato é que depois de cinco anos, há algumas luzes voltando a acender. E agora é hora de ser ingênuo sim. Aridez demais não gera emprego nem renda. Voltemos a sorrir no rosto da economia.

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