A gestão, nem tanto. Mas a política é completamente favorável a Cícero

Tem coisa que é fruto do nosso esforço. E, no caso da gestão do prefeito Cícero Lucena em João Pessoa, há avanços que resultam de algumas ações. Mas tem coisa que cai no colo embrulhada com papel de presente.  O cenário político para Cícero é uma delas.

Candidato à reeleição, que por si só já é um instrumento favorável, com o apoio do governo do Estado, Cícero tem ainda de graça uma disputa fratricida entre os candidatos bolsonaristas de direita, o ex-ministro Marcelo Queiroga e o comunicador Nilvan Ferreira. E um cenário parecido entre os candidatos do PT, os deputados Luciano Cartaxo e Cida Ramos.

Nilvan tira de Queiroga voto, impedindo-o de crescer livremente no eleitorado bolsonarista. E Queiroga tira de NIlvan o partido, deixando-o diante do risco de ter que encontrar espaço em legendas sem fundo partidário nem tempo de televisão. Ponto um para Cícero.

Do lado oposto, o prefeito também assiste, sem querer querendo, à indefinição no Partido dos Trabalhadores quanto à candidatura do ex-prefeito Luciano Cartaxo. Um dos mais competitivos candidatos oposicionistas, Cartaxo entra em 2024 sem ter certeza de que poderá ser candidato pelo PT.

Enfrenta resistência das tendências internas –  algumas mais afeitas a uma candidatura da deputada Cida Ramos – que consideram Cartaxo indigno de receber o apoio da legenda que ele já deixou na época da Lava Jato.

E ainda de tendências que querem o PT na base do governador João Azevedo, apoiando, portanto, o próprio. Ou seja, por ora, não tem crachá para entrar em campo. Ponto dois para Cícero.

Até num segundo turno, em razão da polarização, Cícero, teoricamente, tem a garantir de receber de graça apoio de um dos dois lados que ficar de fora.

Sobre o deputado federal Ruy Carneiro (Podemos), também competitivo no cenário. De fato, Ruy não sofre com problemas internos como os outros concorrentes da oposição. Ao contrário, está reunindo um dos maiores blocos partidários com PSDB, União Brasil e, talvez, o MDB, o que dará um dos maiores fundos partidários e um dos maiores tempos de guia eleitoral na televisão. O problema é que a presença de candidatos dos dois lados polarizados da política nacional (bolsonaristas e lulistas) impõe a Ruy uma bolha da qual ele precisará se esforçar para romper sob o risco de ficar espremido no meio. Ponto 3 para Cícero.

Não precisa nem contar que a reeleição permite que Cícero com a caneta na mão faça as bondades durante o ano de 2024 e ainda o robusto apoio do governador João Azevedo, que tem enchido a cidade de obras e não tem constrangimento em compartilhar o mérito com o prefeito.

Se há ainda problemas na gestão que precisam ser corrigidos ou necessidade de avanços, Cícero tem tempo e cenário político favorável para se dedicar.

Permitindo até que o cenário político, hoje a seu favor, fique mais nebuloso, mas sem efeito.

 

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