Não caia na tentação de dizer que em 2022, por ser um ano de eleições, a política vai ser movimentada. No Brasil, onde tem eleição um ano sim outro não, a política é movimentada anualmente. Sem parar.
Só há, na verdade, uma diferença entre um ano com eleições de um ano sem eleições: no primeiro, as articulações obrigatoriamente tem que ser reveladas em razão das exigências dos prazos eleitorais. Só isso. Porque em todo o resto é igual.
As articulações e movimentações vistas no de 2021, por exemplo, foram inúmeras e imensas. Nunca se fez tanta política quanto este ano que se fecha nesta sexta, 31. A diferença é que muitas delas feitas por trás das cortinas uma vez que os pretensos candidatos não tinham obrigação de cumprir prazos nem de oficializar decisões. Mas muitas delas já existem, sejam em tom de definição, seja de natureza hipotética.
O governador João Azevedo, por exemplo. Candidato à reeleição, já tem vários esboços desenhados na cabeça. Da junção com o Progressista do prefeito Cícero Lucena, incluindo Aguinaldo Ribeiro como candidato ao Senado na sua chapa, à tentativa de levar o ex-prefeito Romero Rodrigues para sua base; da expectativa da possibilidade de aliança com Lula ao desejo escondido de lançar um nome da própria casaca para vice, o governador já tem vários movimentos neste sentido. Ou falta de movimento. Porque em político não fazer também é uma atitude.
Já a oposição, que bate cabeça em razão da incapacidade de se unir num só bloco, passou 2021 articulando como nunca. O PSDB com Pedro Cunha Lima, a esquerda com PT, Lígia Feliciano, Luciano Cartaxo e Ricardo Coutinho idem. E os bolsonaristas Cabo Gilberto, Walber Virgulino, Nilvan Ferreira e Welligton Roberto vão na mesma linha.
Para todos os blocos, a questão da federação partidária, que vai gerar uma rearrumação sem precedentes, além de outras questões das regras eleitorais, já estão na pauta de discussão há algum tempo. 2022, portanto, só será diferente em termos de movimentação política porque muitas delas terão que ser reveladas a luz da opinião pública.
Ou seja, não será um ano de movimentações políticas. Será um ano de revelações.